O Ateneu é uma obra do escritor Raul Pompeia (1863-1895) que foi publicada em folhetins no ano de 1888.
Ela faz parte do movimento realista no Brasil, sendo uma das mais importantes do período.
A história, que se passa no século XIX no Brasil, tem como espaço o Rio de Janeiro, mais precisamente o bairro do Rio Comprido.
O romance tem início com a visita de Sérgio ao colégio. Nas palavras de seu pai: "Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta."
Ao lado de seu pai ele conhece primeiramente a esposa do diretor, Dona Ema.
Nesse momento ele já nota o tipo de educação do colégio, de modo que a senhora lhe pede para cortar o cabelo.
Mediante a pressão do novo ambiente, no momento em que Sérgio é apresentado à turma, ele desmaia.
Ali, ele aprende desde cedo mediante uma rígida disciplina, voltada para o desenvolvimento da educação moral.
Com o tempo, ele vai conhecendo melhor o local e seus colegas. Primeiramente, teve uma amizade com o bom aluno Sanches.
No entanto, uma briga entre eles fez com que se separassem. A partir desse momento, Sérgio, que estudava com Sanches, passa a tirar notas baixas.
Sérgio conhece Franco, outro aluno do colégio. Este sempre estava se metendo em encrenca e, como resultado de uma de suas ações, os dois são chamados pelo diretor de meninos travessos.
Enquanto Franco estava jogando lascas de vidro na piscina, Sérgio se afasta dele, mas acaba levando a culpa também.
Mais tarde, começa a se aproximar do estudante Barreto. Este possuía uma grande fé, o que acaba influenciando Sérgio.
Por influência do colega, ele começa a jejuar e rezar, mas mesmo assim suas notas continuam baixas.
Diante disso, ele se revolta contra Deus e começa a se afastar de todos os colegas. Mais tarde, aproxima-se de Egbert, um bom aluno do colégio e seu verdadeiro amigo.
A amizade deles estava alicerçada na sinceridade e na compreensão mútua. Quase no fim do romance, Sérgio revela seu amor platônico por Ema, a esposa do diretor do colégio.
A história termina com um incêndio no colégio e a fuga de Ema, a esposa do diretor. Esse evento pôs fim a história do Ateneu.
A linguagem é densa, rebuscada e repleta de descrições, bem como de figuras de linguagem (metáforas, hipérboles, comparação). O espaço principal é o colégio, embora existam algumas passagens fora dele.
Sérgio é o narrador que já adulto revela suas experiências quando era interno do colégio Ateneu.
Portanto, a obra possui um narrador-personagem que é o protagonista da história. Por isso, a narração é feita em primeira pessoa.
Embora apresente características do realismo (linguagem objetiva e descrições minuciosas), notam-se aspectos da estética naturalista.
Algumas das características naturalistas presente na obra são: aspectos animalescos das personagens e o determinismo.
O enredo foi inspirado na própria história do escritor Raul Pompeia que esteve num colégio interno.
Sendo assim, a obra é considerada um romance autobiográfico o qual revela o moralismo e o ambiente corrupto em que ele próprio viveu.
De tal modo, o escritor critica diversos aspectos da sociedade, aliados ao moralismo e à perversão das instituições de ensino do século XIX no País.