Em dia de decisão de juros do BoE, com várias praças europeias fechadas devido a feriado, a falta de catalisadores de curto prazo leva à manhã negativa para a maioria das bolsas, com os índices chineses descolando após surpresa na balança comercial, especialmente o salto nas importações. Juros sobem levemente e dólar opera com ganhos ante a maioria das moedas. Commodities operam sem direção única e agrícolas sobem em conjunto. Por aqui, a indigestão com o Copom, especialmente a dissidência dos novos diretores, deve dominar a atenção dos investidores. A percepção de uma descontinuidade na próxima gestão do BCB deve pesar sob os vértices de médio e longo prazo da curva de juros, apesar da perspectiva baixista para os vértices curtos, o que deve resultar em ganho de inclinação na curva, o que deve pesar na abertura do Ibovespa e do dólar, que seriam já impactados pelo clima global mais negativo. Outro ponto de atenção é a entrevista de Haddad às 15h.
Ásia: bolsas fecharam mistas, com os índices chineses empolgados com os números da balança comercial, principalmente o salto nas importações. Na China, superávit comercial de $72,4 bi (exp $76,7 bi) em abr/24, com exportações de $292,5 bi (1,5% a/a) e importações de $220,1 bi (8,4% a/a). Hoje, conta corrente do Japão (mar/24) às 20h50.
Europa: em meio à agenda esvaziada e feriado em várias praças da região, a espera pela decisão de juros do BoE leva à manhã negativa para as bolsas. Hoje, decisão de juros do BoE às 8h, com coletiva às 8h30. de Guindos (BCE) fala às 9h15 e Pill (BoE) às 13h15.
EUA: após engatar 5 altas seguidas, futuros operam com viés de baixa, em meio à falta de novidades no cenário e a maior cautela nas declarações dos diretores do Fed nos últimos dias. Collins (Fed Boston, não vota) afirmou que o Fed deve manter os juros até que tenha mais confiança, que a política monetária desacelerará a demanda e que o mercado precificou a redução do QT. Hoje, pedidos de seguro-desemprego (3/mai) às 9h30. Daly (Fed San Francisco, vota) fala às 11h. Leilão de T-Notes (30 anos) às 14h.
Brasil: vendas no varejo acima do consenso (exp -0,3%), ficando estáveis (5,7% a/a) em mar/24, apesar de 7 dos 8 subsetores negativos, fechando o 1T24 com expansão de 2,5%. No conceito ampliado, vendas decepcionaram (exp 0,7%), recuando 0,3% (-1,5% a/a) na margem, penalizadas pelos recuos em material de construção civil e veículos. Superávit comercial de $9,0 bi (exp $9,4 bi) em abr/24, com exportações de $30,9 bi (-6,6% a/a) e importações de $21,9 bi (-6,5% a/a). Em 12 meses, o saldo atingiu $103,5 bi (4,7% do PIB). Fluxo cambial positivo em $1,8 bi na semana passada, com entrada de $2,4 bi no comercial e saída de $0,6 bi no financeiro. Em abr/24, houve entrada de $2,0 bi e em 2024, o saldo é de $5,8 bi ($12,2 bi até mai/23).
Por 5 votos a 4, o Copom reduziu a taxa Selic em 0,25% (exp 0,25%), de 10,75% para 10,5%, com o comunicado qualificando as expectativas como desancoradas e afirmando que o ritmo e a extensão do ciclo dependerão do compromisso com a convergência da inflação à meta, sugerindo que o ciclo pode ser mais curto que o antecipado. Seguimos com projeção de mais 2 cortes de 0,25% em 2024. Na agenda, leilão do TN (LTN e NTN-F) às 11h45. Haddad (Fazenda) dá entrevista às 15h. Azul e Gol divulgam resultado antes da abertura. Alupar, Alpargatas, B3, Boa Safra, Camil, Cyrela, Direcional, Ecorodovias, Fleury, CPFL, Grendene, Hapvida, Hidrovias do Brasil, Inter, JHSF, Magalu, Petz, Rumo, Sabesp, Sanepar, Suzano, Unipar e YDUQS, após fechamento.