Uma pesquisa recente, baseada em dados do Catálogo Sísmico Brasileiro (SISBRA) e da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), aponta que o Nordeste do Brasil, tradicionalmente visto como uma região continental estável, pode estar sujeito a terremotos de magnitude considerável.
O estudo foi conduzido por José Augusto Silva da Fonsêca e Aderson Farias do Nascimento, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e Stanisław Lasocki, do Institute of Geophysics Polish Academy of Sciences. Segundo os pesquisadores, a "ameaça sísmica" refere-se à probabilidade de ocorrência de terremotos naturais capazes de causar riscos imensos, como prejuízos humanos, danos a edificações, perdas econômicas e impactos ambientais.
Os resultados da pesquisa indicam que, nas próximas cinco décadas, há uma probabilidade relevante de ocorrerem terremotos prejudiciais na região Nordeste:
Terremotos com magnitudes entre 4,7 e 5,1 têm 50% de probabilidade de ocorrer, afetando estruturas civis como casas e prédios.
Terremotos com magnitudes entre 5,5 e 6,2 têm 10% de probabilidade de ocorrer, representando riscos para grandes obras civis, como barragens, parques eólicos, mineração, usinas hidrelétricas e nucleares.
O estudo ressalta a necessidade de adotar medidas preventivas e construções mais resilientes para mitigar os riscos associados aos terremotos na região. A preparação adequada e a adaptação das infraestruturas são fundamentais para reduzir os possíveis danos e garantir a segurança da população.