24/05/2024 teste
RAINHA VITÓRIA, A ERA VITORIANA DO REINO UNIDO E IRLANDA

Rainha Vitória (1819-1901) foi rainha do Reino Unido e Irlanda. Coroada aos 18 anos de idade, reinou durante 63 anos e sete meses, de 1837 a 1901. Seu longo reinado ficou conhecido como "Era Vitoriana".

A rainha Vitória foi a última representante da casa de Hannover. Durante seu reinado, restaurou a dignidade e a popularidade da coroa britânica e tornou respeitável a monarquia, cujo prestígio fora enfraquecido por seus antecessores.

 


Infância
Rainha Vitória (Alexandrina Vitória Regina) nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 24 de maio de 1819. Era filha única de Eduardo Augusto, Duque de Kent, quarto filho do rei Jorge III, e de Vitória de Saxe-Coburgo-Gotha, princesa germânica.

 

Educada de forma austera, passou a infância encerrada no Palácio de Kensington. Estudou geografia, história, inglês, francês, alemão e outros conhecimentos indispensáveis para quem herdaria a coroa.

 


Descendência
A Rainha Vitoria era descendente da "dinastia alemã dos Hannover", que foi iniciada por Jorge I (1714-1727), que ascendeu ao trono por ter casado com uma sobrinha de Carlos I (1625-1649). Foi seguido por Jorge II (1727-1760), reis que mal falavam o inglês e pouco se interessavam pelos problemas da Inglaterra, deixando o poder entregue ao Parlamento.

 

O rei Jorge III (1760-1820) deu sinais de debilidade mental. Jorge IV (1820-1830) preocupava-se mais com seus problemas conjugais do que com o reino. Sua mulher Carolina de Brunswich vivia viajando pela Europa.

Como Jorge IV não teve filhos, seu sucessor foi seu irmão Guilherme IV (1830-1837). Dos sete irmãos de Jorge IV nenhum teve filhos legalmente reconhecidos. O único a se casar foi Eduardo Augusto, o Duque de Kent. Sua esposa foi a princesa germânica Vitória de Saxe-Coburgo, Duquesa de Kent.

Em 1819, nasceu Alexandrina Vitória Regina (futura rainha Vitória). Oito meses depois, seu pai faleceu. Vitória ficou sob a tutela de seu tio Leopoldo da Bélgica, que exerceu grande influência sobre ela.

 


Coroação e Casamento
Em 1837, com a morte de seu tio o rei Guilherme IV, sem deixar herdeiros legítimos, Vitória, com apenas dezoito anos, herdou a Coroa Britânica, mas não a de Hannover, que se separou da britânica, pois excluía as mulheres da sucessão.

 

A luxuosa cerimônia de coroação da Rainha Vitória foi realizada na Catedral de Westminster no dia 28 de junho de 1838.

No dia 10 de fevereiro de 1840, Vitória casou-se com seu primo, o príncipe alemão Albert de Saxe-Coburgo-Gotha, na Capela do Palácio de St. James, em Londres. O casal foi o primeiro membro da Família Real Britânica a morar no Palácio de Buckingham.

A harmonia conjugal, seus hábitos simples e puritanos, tornou-se um modelo para a Inglaterra. Sem escândalos e com nove filhos, era uma transformação radical na imagem que se fazia da monarquia. Alberto exerceu grande influência no reinado de Vitória, e se converteu em Príncipe Consorte em 1857.

 

 

Era Vitoriana
A rainha Vitória deu seu nome à uma época (1837-1901), porém os primeiros anos do seu reinado estavam muito longe da sonhada prosperidade. As lutas contra o exército napoleônico e o bloqueio continental impediram por longo tempo a entrada dos produtos ingleses na Europa.

 

A situação das classes desfavorecidas era das mais difíceis na Inglaterra e na Irlanda. A fome tomava conta da população. Em 1844, uma praga atingiu as plantações de batata na Irlanda, e uma epidemia atacou o rebanho suíno. Mais de um milhão de camponeses abandonaram o campo em busca de trabalho nas fábricas.

Um grande número de operários trabalhava em condições miseráveis e enfrentava uma jornada de 15 a 16 horas, em ambientes insalubres, sem condições de higiene e ganhando baixíssimos salários.

Em 1846, para reduzir a crise alimentar, aboliu-se o protecionismo alfandegário que impedia a entrada de trigo estrangeiro na Inglaterra. Em 1847, em uma tentativa de acalmar os ânimos, o trabalho feminino foi reduzido para 10 horas diárias. Logo após, o mesmo aconteceu com o trabalho masculino.

Em 1850, finalmente, a indústria têxtil suprimiu o trabalho aos sábados: era o início da chamada "semana inglesa".

Com a entrada do trigo estrangeiro, o custo de vida sofreu sensível baixa, e os industriais reduziram os salários dos trabalhadores, obtendo assim melhor preço para a exportação. Além disso, a nova política de livre câmbio abriu as fronteiras dos países europeus aos produtos ingleses.

Na segunda metade do século XIX, a Grã-Bretanha conheceu uma formidável expansão econômica, conquistando o primeiro lugar entre as potencias industriais.

Seus primeiros-ministros, Disraeli, líder do Partido Conservador e Gladstone, líder do Partido Liberal, fizeram grande parte da política do seu governo.

A participação da rainha na vida política era pequena. Limitava-se a presidir solenidades, como a sessão no Parlamento, ou o tradicional discurso do trono, em que expressava a política do Primeiro Ministro. Vitória aparecia como uma espécie de árbitro entre o governo e o povo.

Em dezembro de 1861 faleceu o Príncipe Consorte, o que afetou profundamente a soberana que se afastou temporariamente dos assuntos do reino.

Em 1867, Disraeli tomou a iniciativa de fazer uma reforma eleitoral. Em 1868, Gladstone completou a reforma eleitoral instituindo o voto secreto e dobrando o número de eleitores.

 

 

Artes e literatura
A Era Vitoriana assistiu uma grande evolução nas artes principalmente na literatura. Na prosa destacaram-se Charles Dickens, que contou a vida dos humildes, e M. Thackeray, que descreveu as classes superiores.

 

No teatro destacou-se Oscar Wilde, que exprimiu o esteticismo decadente do fim do século, e o socialista Bernard Shaw.

 


O Vasto Império da Rainha Vitória
Durante o reinado da Rainha Vitória, o Reino Unido se converteu na maior potência colonial do mundo, cujos domínios compreendiam a Índia, o Canadá, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia, Sudão, Quênia, Nigéria, Rodésia e várias ilhas estratégicas, como Malta.

 

A primeira e mais importante colônia - os Estados Unidos - conquistara a independência em 1776. O Canadá e a Austrália foram colonizados em 1783 e 1788 respectivamente, recebendo levas de camponeses e operários excedentes na metrópole.

Temendo a repetição do exemplo americano, a Inglaterra decidiu aplicar no Canadá uma política mais liberal, podendo comerciar livremente com o estrangeiro. Em1847 tornou-se uma nação autônoma, com parlamento e ministério, embora integrada ao Império.

O mesmo aconteceu com a Austrália e a Nova Zelândia. Era o início da chamada "Comunidade Britânica.

Em todos os continentes, as bases navais britânicas asseguravam a dominação dos mares: Gibraltar, Chipre, Suez, Trinidad, Cidade do Cabo, Santa Helena, Ceilão e Singapura.

A Irlanda, que era reino unido à Inglaterra desde 1801, atravessou várias tentativas de autonomia.

Em 1876, finalmente Vitória recebeu o título de "Imperatriz das Índias", depois de muito tempo de lutas. (A Índia só recuperou sua independência em 1947).

 


Últimos anos
Em 1887, a rainha comemorou o "Jubileu de Ouro", 50 anos de reinado. Foi o apogeu da rainha e de seu império, quando o lema era "Paz e Abundância". Retratos coloridos da rainha eram vendidos em toda parte, ou afixados nas paredes das residências.

 

Sua popularidade era grande, principalmente nas camadas sociais que haviam colhido os frutos da expansão econômica e colonial. Impressa em todos os selos, figurando em todos os brasões, a esfinge da Rainha Vitória tornou-se o próprio símbolo do Império Britânico.

Em 1897, dez anos mais tarde, Vitória comemorou o "Jubileu de Diamante", mas nessa época, os ingleses já não tinham tantas razões para comemorar. A fase de prosperidade estava chegando ao fim.

A Grã-Bretanha já não era a primeira e mais avançada potência mundial. Havia sido ultrapassada pelos Estados Unidos e pela Alemanha. As vantagens sociais concedidas aos trabalhadores britânicos pesavam sobre o custo da produção, o que impedia a Inglaterra de exportar seus produtos a um preço mais baixo.

O Império Britânico já debilitado, caiu em uma depressão econômica que apresentou sérias repercussões sociais: o desemprego aumentava na mesma proporção das greves. Como resultado, fundou-se o Partido dos Trabalhadores, apoiados principalmente nos sindicatos.

Em fins de 1900, com 80 anos de idade, Vitória retirou-se para o castelo de Osborne, East Cowes, na ilha de Whig, onde passara, em companhia do marido, os melhores momentos de sua vida.

Rainha Vitória faleceu em East Cowes, Inglaterra, no dia 22 de janeiro de 1901. Ficou no trono durante sessenta e três anos e sete meses, o maior reinado até então. Foi sepultada junto ao marido no mausoléu de Frogmore, no castelo de Windsor. Foi sucedida por seu filho Eduardo VII.

 


Sucessores da Rainha Vitória até a Rainha Elizabeth II

 

 

Eduardo VII (1901-1910) filho primogênito da Rainha Vitória e de Alberto de Saxe-Coburgo-Gotha, foi o único rei da casa de Saxe-Coburgo-Gotha.

 

 

Jorge V (1910-1936) filho de Eduardo VII e da Rainha Alexandra da Dinamarca, foi o primeiro representante da Casa de Windsor.

 

 

Eduardo VIII (1936) filho de Jorge V e da Rainha Maria de Teck, renunciou o trono para casar-se com Wally Simpson, união incompatível com sua permanência no trono, por ser ela divorciada.

 

 

Jorge VI (1936-1952) filho de Jorge V e da rainha Maria de Teck, substituiu o rei Eduardo VIII.

 

 

Elizabeth II (1952-2022) filha de Jorge VI (George VI) e da Rainha Elizabeth, a Rainha Mãe.

 

 


Curiosidade:
A Rainha Vitória e o Príncipe Albert tiveram nove filhos. Seus filhos e filhas se casaram em várias outras monarquias europeias, dando à rainha 42 netos.

 

Seus descendentes estão em famílias reais da Alemanha, Rússia, Romênia, Suécia, Noruega, Grécia e Espanha. Entre eles estão a rainha Elizabeth II e o Príncipe Philip.

Os laços que Vitória formou com as famílias reais europeias lhe valeram o título de "a avó da Europa".

 

 

 

Crédito: Ebiografia
Foto: A rainha Vitória em um retrato colorido - Getty Images