26/05/2024 teste
Biografia: O PADIM MAIS FAMOSO DO BRASIL, UM SALVE A MEMÓRIA DE PADRE CÍCERO

Padre Cícero (1844-1934) foi um líder católico brasileiro. Foi ordenado padre em Fortaleza no ano de 1870. Realizou um trabalho pastoral, com pregações e visitas domiciliares. Conquistou a simpatia dos católicos.

Foi punido pelo Vaticano, com a suspensão da ordem, acusado de manipulação da crença popular. Foi considerado "Santo Popular" por muitos fiéis católicos nordestinos. Hoje, Juazeiro do Norte é ponto de peregrinação de seus fieis.

Cícero Romão Batista, conhecido como Padre Cícero, nasceu no dia 24 de março de 1844, na cidade do Crato, Ceará. Filho de Joaquim Romão Batista, comerciante, e Joaquina Vicência Romana. Foi estudar na Paraíba, mas em 1865, com a morte de seu pai, voltou para o Crato.

Ingressou no Seminário da Prainha, em Fortaleza, onde foi ordenado Padre, em 1870, contra o voto do reitor do seminário, que lhe censurava pelas revelações de suas visões.

Dois anos depois, Padre Cícero foi designado vigário para o distrito de Juazeiro do Norte no Ceará, onde começou um trabalho pastoral com pregações e visitas domiciliares.

Restaurou a capela de Juazeiro, comprou imagens e ganhou a simpatia dos moradores, passando a exercer grande liderança na comunidade, que na época tinha 300 habitantes.

 


Milagre
Um "milagre" ocorrido em 1889 transformou a vida do religioso e da cidade. Ao participar de uma comunhão geral, na capela de Nossa Senhora das Dores, a hóstia sangrou na boca de uma fiel.

 

Logo a notícia do milagre se espalhou e o fato teria se repetido em público várias vezes. A cidade de Juazeiro passou a receber peregrinos de vários lugares.

 


Punição
Em 1894, Padre Cícero foi punido com a suspensão da ordem. Dois médicos foram chamados para testemunhar o "milagre" e confirmaram o fato que só fortaleceu a crença do povo.

 

Padre Cícero foi chamado ao Palácio Episcopal. O bispo mandou investigar e a igreja não aceitou o milagre decidindo punir o padre. Em 1894 foi suspenso da ordem, acusado de manipulação da crença popular pelo Vaticano.

Inconformado e sem poder celebrar missa, Padre Cícero foi ao Vaticano, em 1898, pedir revogação da pena, ao papa Leão XIII. Saiu de lá com a vitória, mas o bispo não aceitou e pediu revisão do resultado.

 


Vida Política
Sem poder seguir na carreira religiosa, a viagem a Roma só contribuiu para aumentar o prestígio do Padre Cícero. Graças ao fluxo de romeiros, Juazeiro tornou-se importante centro artesanal.

 

Em 1911 o distrito foi elevado a município e o Padre Cícero foi nomeado prefeito, realizando várias benfeitorias.

Levou para a cidade a Ordem dos Salesianos, doou o terreno para construção do aeroporto, abriu várias escolas, entre elas a Escola Normal Rural, construiu várias capelas, estimulou a agricultura e ajudou a população pobre, nos períodos de secas na região.

Participou da Revolta do Juazeiro, em 1914, junto com grandes coronéis. A revolta foi motivada pela vitória do coronel Marcos Franco Rabelo para governador do Estado com a derrubada de Antônio Pinto Nogueira Accioli.

Quando o novo governador exonerou o padre Cícero das funções de prefeito, o médico Floro Bartolomeu da Costa foi ao Rio de Janeiro para obter de Pinheiro Machado, um influente político, o apoio do governo federal para depor Rabelo.

De volta ao Ceará, Floro comandou um ataque ao quartel da força pública de Juazeiro, em 9 de dezembro de 1913. Era o início da "guerra dos jagunços", com o apoio do Padre Cícero.

 


O apoio dos cangaceiros
O exército de jagunços, recrutados entre cangaceiros e romeiros, ergueu trincheiras em volta da cidade e repeliu os ataques da força oficial.

 

Amparados pela crença de que "homem abençoado pelo "Padim Ciço" não morria de bala", os rebeldes marcharam contra Fortaleza, saqueando as cidades no caminho.

Em março de 1914 o governo federal decretou a intervenção no estado e destituiu o governador Rabelo. Era o fim da guerra civil. Nessa época, Juazeiro do Norte se tornara a segunda cidade do "Sertão do Cariri", depois de Crato.

Uma grande parte dos habitantes foi encaminhada para as fazendas da região, muitas delas de propriedade do Padre Cícero, que se tornou o maior agricultor do Cariri e importante coronel da oligarquia local. Conta-se que Lampião o teria visitado algumas vezes.

Padre Cícero se elegeu sucessivamente vice-governador e deputado estadual. Só não aceitou o cargo de governador porque não quis afastar-se de Juazeiro.

 


O Santo
Quando a vida pública de Padre Cícero chegou ao fim, seu prestígio de santo deu grande impulso, principalmente depois da revolução de 1930. Era considerado santo e profeta infalível.

 

Com sua morte, a devoção ao Padre Cícero aumentou. Todos os anos, no dia de finados, uma multidão de romeiros, vinda de várias partes do Nordeste, chega a Juazeiro para visitar o túmulo do santo, na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Em 1969, no alto da Colina do Horto foi erguida uma estátua do padre, com 27 metros de altura, que recebe um grande número de peregrinos. No local foi instalado também um pequeno museu.

Padre Cícero é considerado um "Santo Popular" para muitos fieis católicos nordestinos. É chamado de "São Cícero do Juazeiro".

Padre Cícero Romão Batista faleceu no dia 20 de julho de 1934, em Juazeiro do Norte, Ceará.

 

Crédito: Ebiografia